Os delegados da Polícia Civil do Estado decidiram, em assembleia realizada nesta segunda-feira (10), não mais realizar operações de Repressão Qualificada, que movem um maior efetivo de policiais e delegados. Segundo o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues, os profissionais vão fazer indiciamentos e encaminhá-los para a Justiça decidir sobre os mandados de prisão. Mesmo não sendo tarefa obrigatória por lei, os delegados reuniam provas para justificar a detenção do suspeito como uma forma de reforçar a necessidade da apreensão ao judiciário.
"Isso demanda mais trabalho, mais homens envolvidos e as péssimas condições de trabalho que o governo nos dá, impede de nos empenharmos. Não vamos deixar de cumprir o que nos compete. Apenas, não vamos mais nos esforçar para fazer o que não é obrigatório", esclareceu Rodrigues. A exceção, segundo ele, é para casos extremos, de grande comoção pública, como o caso da jovem Maria Alice Arruda, estuprada e assassinada pelo padrasto, no último dia 24 de junho.
Durante assembleia, a associação também lançou uma campanha publicitária. Ela será divulgada em outdoors a partir de hoje, em pontos distribuídos do Recife a Petrolina. Nelas, serão divulgados números que, segundo a categoria, são escondidos pelo Estado. A Adeppe contabiliza 2,2 mil homicídios (o que representa um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano passado), 23 mortes na Região Metropolitana do Recife que ainda não foram esclarecidas, mais de mil assaltos a ônibus e mais de oito mil veículos roubados e furtados. A categoria também afirmou que irá entrar com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Programa de Jornada Extra da Segurança Pública (PJEs). Segundo a associação, uma cota de PJEs corresponde a cerca de 25% de hora extra que deveria ser pago ao delegado civil do Estado.
FolhadePe
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