Candidata do PSDB, Raquel Lyra deixou a prefeitura de Caruaru em abril deste ano sob muitas dúvidas no tocante a sua competitividade eleitoral. Tinha uma das menores estruturas em relação aos seus principais concorrentes. Inclusive, a sua candidatura foi posta em xeque pelos adversários, porém Raquel decidiu seguir a diante, contra todos os desafios impostos ao seu projeto.
A entrada de Marília Arraes no páreo foi outro fator que colocou em dúvidas sua competitividade, uma vez que na conta de muita gente, a partir da entrada do nome do Solidariedade, Raquel poderia perder viabilidade eleitoral. Aos trancos e barrancos, Raquel seguiu e chegou na véspera do segundo turno sem a garantia de que iria para a segunda etapa, mas acabou carimbando seu passaporte para o segundo turno. No dia da eleição, a morte do seu marido, fez Raquel ter que se reinventar para poder disputar o segundo turno.
Neste domingo, Raquel Lyra foi eleita governadora com uma vantagem de quase um milhão de votos contra Marília Arraes, herdeira política do ex-governador Miguel Arraes e que desde sua entrada no páreo era tida como favorita a vencer a disputa. A vitória de Raquel tem uma legitimidade política e eleitoral significativa, não só pelo desfecho da sua disputa, mas também pelo desfecho nacional, onde Lula foi eleito presidente da República, mudando a rotação do poder nacional. Caberá a Raquel a função de estabelecer o diálogo com o presidente eleito, uma vez que durante a campanha ela não hostilizou o petista em nenhum momento.
A vitória histórica de Raquel Lyra fará dela uma líder regional que apontará para o futuro do Brasil. No PSDB, inclusive, seu partido, ela também se torna uma das principais lideranças na região, haja vista que os tucanos emplacaram neste domingo os governadores Eduardo Leite, Eduardo Riedel e a própria Raquel. A partir de agora, a governadora eleita de Pernambuco se debruçará na montagem do secretariado para o início da sua gestão em janeiro.
Coluna da Folha