"Perdi 15 filhos no total, porque é muito difícil seguir as rígidas tradições tribais. Eu não respeitei nossas tradições, então eles mataram meus filhos". Os problemas de Buko começaram antes mesmo do casamento. Seu marido não conseguiu passar por um rito que permite aos homens da aldeia se casarem.
Ainda assim, o casal decidiu ficar junto e, por isso, os anciãos declararam que todas as crianças geradas por eles seriam consideradas ilegítimas. Os irmãos da imagem acima nasceram na tribo Hamer e tiveram a sorte de sobreviver apesar de serem gêmeos. Crianças podem ser consideradas “mingi” ou amaldiçoadas por diversos motivos, como ter nascido de uma relação sexual fora do casamento, ser gêmeo, ter alguma deficiência física ou até mesmo começar a desenvolver os dentes superiores primeiro. Os anciãos alegam que as crianças mingi precisam ser mortas antes que elas possam atrair má sorte para a tribo.
Os bebês condenados à morte são abandonados na mata, para serem comidos por hienas e crocodilos, ou são trancados em cabanas até morrerem de fome. Embora seja proibido pelo governo da Etiópia, cerca de 300 crianças morrem por ano devido à superstição, de acordo com informações do tabloide britânico Daily Mail. A instituição de caridade Omo Child trabalha na região para desfazer as superstições das tribos e tenta incentivar que crianças mingi sejam entregues para adoção, ao invés de serem mortas.
O menino Shomo Bulka, de quatro anos, foi considerado amaldiçoado, mas seu pai o entregou para a polícia logo após o nascimento, evitando que a criança fosse morta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário