Tema que periodicamente retorna ao debate parlamentar na condição de polêmica e posições inconciliáveis, os deputados estaduais demonstraram, ontem, que a Assembleia Legislativa de Pernambuco está dividida sobre o fim do voto secreto para todas as votações da Casa. Um dos mais antigos parlamentares - com oito mandatos e um federal - o conservador Maviael Cavalcanti (DEM) ocupou a tribuna para condenar o voto aberto - proposta que ganhou adesão com os protestos contra a corrupção e gastos públicos e manifestações de ruas por transparência nos Poderes e gestões públicas.
"Aqui há deputado que tem posição contrária ao governo em determinado tema e só o voto secreto dá a ele segurança para se posicionar. No voto aberto há mais controle do Executivo", argumentou.
Em série, deputados se colocaram a favor ou contra a abolição do voto secreto. A Comissão de Constituição, Legislação e Justiça deve dar parecer, nas próximas semanas, sobre a PEC do Voto Aberto, emenda de Sílvio Costa Filho (PTB) que acaba com o voto fechado.
Defensor do voto secreto, André Campos (PT) ressaltou que vai, porém, seguir "a voz das ruas", votando a favor da PEC. "É a sociedade que vai corrigir os rumos do País, não é o voto aberto. Isso não significa mais democracia", ponderou. Defensora do voto aberto, Terezinha Nunes (PSDB) disse ser um "absurdo" considerar que o Parlamento "vai ter menos poder" sem o voto secreto. "Deputado tem que votar com a consciência". Daniel Coelho (PSDB) mostrou-se indeciso e sugeriu audiência para ouvir a sociedade.
Já Tony Gel (DEM) considerou que o fim do voto secreto é uma perda de prerrogativas da Casa. "Se abrirmos tudo, deixa de ser democracia representativa para ser direta. O excesso de democracia é um mal".
Nenhum comentário:
Postar um comentário