A medida, determinada pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), visa conter o avanço do novo coronavírus dentro do sistema de ressocialização e só deve ser revista em 31 de julho. Para a pasta, a decisão foi acertada porque, dentro de um universo de 32 mil presos, foram registrados 664 casos e 6 óbitos dentro das unidades. Mas as famílias reclamam da falta de informações e da demora em conseguir marcar uma videochamada – único recurso possível durante essa fase.
De acordo com a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), subordinada à SJDH, a videochamada é programada assim que o detento manifesta desejo em se comunicar com seus familiares. Com isso, entram na lista de programação de visitas familiares. A iniciativa começou oficialmente em 11 de maio – mais de um mês após a suspensão das visitas.
“Eu consegui, a muito custo, acesso a esse recurso. Mas conheço outras famílias que marcaram e não conseguiram. Como que elas ficam? Sem falar quando acontece alguma coisa, que a direção do presídio só informa depois de muito tempo”, reclama uma das parentes.
Na Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes, em Petrolina, a quantidade de casos confirmados saltou de 30 para 99 em um período de dez dias (de 23 de junho a 2 de julho). Já a Penitenciária Juiz Plácido de Souza, de Caruaru, acumulava 198 infecções até o dia 30, sendo 126 casos ainda ativos, em isolamento, 70 recuperados e uma morte, segundo a Seres.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, afirma que as situações são pontuais e controladas. “Já tive reunião com os gestores de todos os presídios do estado, incluindo aí o de Petrolina, e me disseram que estão tomando todas as medidas de isolamento e testagem”, assegura. Desde o início da pandemia, houve três surtos de coronavírus ao longo desses 106 dias sem visitação – nas penitenciárias de Petrolina e Caruaru e no Presídio de Igarassu, que até 30 de junho, soma 74 casos – 73 deles já recuperados e um óbito.
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