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| Bando de Lampião |
Lampião, Manoel Dantas Loiola, de 97 anos, mais conhecido
como Candeeiro. Ele faleceu na madrugada no
Hospital Memorial de Arcoverde onde estava internado
desde a semana passada, após sofrer um derrame.
O sepultamento foi no cemitério da cidade de Buíque.
Pernambucano de Buíque (a 258 quilômetros do Recife),
Manoel ingressou no bando de Lampião em 1937, mas
afirmava que foi por acidente. Trabalhava em uma fazenda
em Alagoas quando um grupo de homens ligados ao famoso
bandido chegou ao local. Pouco tempo depois, a propriedade
ficou cercada por uma volante e ele preferiu seguir com os
bandidos para não ser morto.
No final da vida, atuava como comerciante aposentado na vila
São Domingos, distrito de sua cidade natal. Atendia pelo nome
de batismo, Manoel Dantas Loyola, ou por outro apelido: seu Né.
No primeiro combate com os "macacos", quando era chamado
de Candeeiro, foi ferido na coxa. O buraco de bala foi fechado
com farinha peneirada e pimenta.
Teve o primeiro encontro com o chefe na beira do Rio São
Francisco, no lado sergipano. "Lampião não gostava de estar
no meio dos cangaceiros, ficava isolado. E ele já sabia que
estava baleado.
Quando soube que eu era de Buíque, comentou: "sua cidade
me deu um homem valente, Jararaca".
Candeeiro dizia que, nos quase dois anos que ficou no bando,
tinha a função de entregar as cartas escritas por Lampião
exigindo dinheiro de grandes fazendeiros e comerciantes.
Sempre retornava com o pedido atendido. Ele destacou que
teve acesso direto ao chefe, chegando a despertar ciúme de
Maria Bonita. Em Angicos, comentou que o local não era
seguro. Lampião, segundo ele, reuniria os grupos para
comunicar que deixaria o cangaço. Estava cansado e
preocupado com o fato de que as volantes se deslocavam
mais rápido, por causa das estradas, e tinham armamento
pesado.
No dia do ataque, já estava acordado e se preparava para
urinar quando começou o tiroteio. "Desci atirando, foi bala
como o diabo". Mesmo ferido no braço direito, conseguiu
escapar do cerco. Dias depois, com a promessa de ser
não ser morto, entregou-se em Jeremoabo, na Bahia,
com o braço na tipóia.
Com ele, mais 16 cangaceiros. Cumprindo dois anos na prisão,
o Candeeiro dava novamente lugar ao cidadão Manoel Dantas
Loyola. Sobre a época do cangaço, costumava dizer que foi
"história de sofrimento".
Fonte: Blog do Véras

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