
O Boletim Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) dessa quarta-feira (7) trouxe punições aplicadas a policiais militares que participaram de uma assembleia, em dezembro do ano passado, em que a categoria iria votar uma possível greve. Para pressionar o governo Paulo Câmara (PSB) por reajuste salarial, PMs não paralisaram as atividades, mas deixaram de cumprir as jornadas extras previstas, afetando as escalas e desfalcando a segurança. Foram punidos com prisão sete policiais.
A reunião foi na Praça do Derby, na área central do Recife, no dia 9 de dezembro, e levou à prisão o presidente da Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS-PE), Alberisson Carlos, e o vice, Nadelson Leite, soltos depois. A realização da assembleia havia sido proibida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em liminar a pedido da Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE).
Na decisão contra os sete policiais punidos, o secretário de Defesa Social, Ângelo Gioia, alega que o Estatuto dos Policiais Militares “proíbe a participação de militares do Estado em quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores, quanto as de caráter reivindicatório”.
Foram punidos com 25 dias de prisão os cabos Cleonaldo José de Oliveira, Rosiel Lucas e Silva e Denilson Gondim da Silva. O cabo Adriano Levi Barros Piancó foi condenado a 24 dias de prisão e o sargento José Firmino Torres Filho a 23 dias. A penalidade aos soldados Wendson Luiz Gomes da Silva e José Ailton Francisco da Silva foi de 21 dias de prisão.
Responsável pela convocação dos policiais para a reunião que levou à punição deles, a Associação de Cabos e Soldados divulgou uma nota de repúdio às punições e afirmou que o objetivo da secretaria é de implantar a política do medo aos policiais. “Essa é a verdadeira política do Estado de Pernambuco, que, a todo momento, vem rasgando a Constituição Federal com o objetivo de criar a ‘Lei da Mordaça’ para nós PMs e BMs, no qual utiliza-se de artifícios para perseguir – incessantemente, os policiais que estiveram presentes no ato, membros e diretores das associações e principalmente desrespeitando a ACS/PE”, diz o texto divulgado pela entidade.
Os policiais iriam deflagrar greve pedindo um plano de reajustes que equiparasse os salários deles aos dos policiais civis. Antes da elaboração do documento, foi realizada uma operação padrão que deixou as ruas sem policiais militares e fez com que o governo pedisse ajuda às Forças Armadas. O plano foi aprovado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) em fevereiro, sob protestos de PMs – que chegaram a ameaçar não trabalhar durante o Carnaval – por não estar igual ao da Polícia Civil.
Blog do jamildo
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