
Entre 1º de janeiro e ontem, o Congresso gastou cerca de R$ 2,08 bilhões, de acordo com dados do portal Siga Brasil, mantido pelo Senado Federal. A maior parte do valor foi gasto na Câmara, com R$ 1,24 bilhão. Desses reais, cerca de R$ 170 milhões foram escoados nos chamados restos a pagar, que são pendências do exercício anterior. O Senado, por sua vez, já gastou outros R$ 839 milhões. E não para por aí: por conta da forma como está organizado o processo orçamentário brasileiro, cada órgão pode acabar com gastos autorizados ainda maiores do que a dotação inicial prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do respectivo ano. “O processo começa com o Ministério do Planejamento, que elabora uma projeto de lei com base em projeções recebidas dos órgãos. Em seguida, esse texto vai ao Congresso, que adiciona as emendas parlamentares e aprova a proposta, com data-limite em 22 de dezembro”, explica o especialista em orçamento público Thiago Vesely.
“Depois de aprovado, o chefe do Executivo edita o chamado decreto de programação orçamentária e financeira, também conhecido como ‘corte’, bloqueando uma parte dos recursos de cada órgão do Executivo. Mas, uma vez atingido o superavit pretendido, os recursos podem ser liberados”, continua Vesely. Aqui, surge a primeira desigualdade no tratamento: Congresso e Judiciário não são atingidos pela tesoura que aflige ministérios e outros órgãos do Executivo. “Uma vez aprovado o orçamento, cada um faz o que quer. E só o Executivo faz esse corte”, completa o especialista. Outra forma de realocar recursos para aumentar a verba disponível em cada órgão é por meio dos chamados créditos suplementares, que são enviados pelo Executivo e votados pelo próprio Congresso.
Para o economista Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas, nenhuma atividade justifica o alto custo do parlamento brasileiro. “Evidentemente que, sem o Legislativo, nós não temos democracia, mas esse é um custo extremamente elevado pelo serviço prestado. Creio que há muita gordura que pode ser cortada nessas despesas”, disse o especialista. “A sociedade devia se movimentar nesse sentido (de exigir uma redução), porque não há razão para mantermos gastos tão exorbitantes. Há diversos estudos mostrando que o Legislativo brasileiro está entre os mais caros do mundo.”
Financiado pelo contribuinte
Saiba quanto dos impostos que você paga será usado para bancar as despesas do Legislativo federal
R$ 8.734.744.907,00
Orçamento autorizado para a Câmara e o Senado em 2014
R$ 23.930.807,96
Valor gasto a cada um dos 365 dias do ano
R$ 997.116,99
Cifra que o Congresso Nacional consome dos cofres públicos a cada hora
R$ 16.618,61
Valor gasto por minuto para custear os gastos da Câmara e do Senado
Fonte: Correio Braziliense, com informações do Siga Brasil — sistema de informações sobre orçamento público.
Do O Povo com a Notícia
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