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terça-feira, 1 de setembro de 2015

SOLDADO SUSPEITO DE MATAR CABO DA PM AFIRMA TER TIDO SURTO PSICÓTICO

O soldado Flávio Oliveira, do 11º Batalhão da Polícia Militar, suspeito de matar um colega de farda dentro de uma viatura, na manhã deste domingo (30), afirma ter tido um surto psicótico no momento do crime. De acordo com ele, uma discussão sobre cotas raciais com o Cabo Adriano Batista teria motivado a ação. No Instituto de Criminalística (IC), onde foi levado para fazer exames, no período da noite, o suspeito conversou com a imprensa.

"Não lembro como isso aconteceu, foi um surto. Depois que atirei, fiquei parado, na minha, e desci da viatura. A colega que estava no banco da frente perguntou o que eu tinha feito e eu não lembrava", afirmou o SD Flávio Oliveira.

Ainda de acordo com o suspeito, o Cabo Adriano deveria ter entrado rua da casa do ex-governador Eduardo Campos, mas seguiu em direção ao batalhão. Houve mais uma discussão e, após levar alguns gritos, ele teria sacado a arma e atirado. "Eu me arrependo com certeza. Ele deixou um filho e eu também. Mas agora não tem o que fazer", finalizou o suspeito.

O crime aconteceu na Rua Coronel João Batista do Rego Barros, em Apipucos, Zona Norte do Recife. Segundo a polícia, o carro estava em movimento quando o soldado Flávio Oliveira da Silva atirou na cabeça do Cabo Adriano Batista. Bastante ferida, a vítima perdeu o controle do veículo e colidiu em outros dois automóveis. A viatura chegou a subir uma calçada, mas foi parada pela soldado Thaena de Lima Lemos Santos, que estava no banco do passageiro.

O cabo Adriano foi socorrido para o Hospital da Restauração (HR), mas não resistiu. O soldado Flávio Oliveira foi detido no local e levado para a sede do 11º BPM. Uma perícia foi realizada na cena do crime e uma pistola 380 foi encontrada dentro da mochila do PM suspeito de efetuar o disparo. Um projétil de pistola ponto 40, provavelmente a arma usada no crime, foi recolhido no local.

Soldado que matou cabo tinha na ficha atendimento por uso de álcool

Um "desentendimento sobre temas ideológicos" antecedeu o tiro que matou o cabo Adriano Batista da Silva, de 41 anos, dentro de um carro da Polícia Militar (PM). A informação está em uma nota divulgada na manhã desta segunda-feira (31) pela PM de Pernambuco. A nota também afirma que o suspeito, um soldado de 32 anos -- é policial militar há seis anos, já "passou por intervenções cirúrgicas neurológicas e, no ano de 2013, foi atendido pelo Núcleo de Apoio ao Dependente Químico (Nadeq), por uso de álcool, e pelo Gabinete de Psiquiatria da Corporação, de onde recebeu alta médica, reabilitando-o para o serviço policial militar".

O crime aconteceu na manhã do domingo (30), em Apipucos, na Zona Norte do Recife. A nota da PM dizia ainda que o tiro foi disparado dentro de uma viatura da Patrulha do Bairro, do 11º Batalhão de Polícia Militar enquanto a equipe estava voltando para a sede do batalhão, com o objetivo de substituir o suspeito, a troca seria feita por causa do desentendimento.

Na ocasião, o suspeito estava no banco de trás e o cabo dirigia o veículo, próximo ao açude de Apipucos. Segundo a polícia, após ser atingida, a vítima perdeu o controle do carro e a policial que também estava dentro da viatura assumiu a direção, evitando que o carro caísse dentro do açude. Foi ela também quem buscou socorro, ela ficou em estado de choque depois do ocorrido.

O cabo chegou a ser socorrido e levado para o Hospital da Restauração, no centro do Recife, mas não resistiu aos ferimentos. O sepultamento do corpo da vítima será realizado na tarde desta segunda-feira (31), com honras militares. O Comando Geral decretou luto oficial por três dias, em todas as unidades da coporação.

De acordo com a PM, o domingo (31) seria "o quarto serviço em que a equipe estaria trabalhando junta, não havendo qualquer relato anterior que indicasse desentendimentos entre os componentes da guarnição". Ainda segundo informações da Polícia Militar, o agressor foi preso e recolhido para o 11º BPM, onde está sendo autuado em flagrante delito. Ele foi encaminhado, nesta manhã, para o presídio militar, o Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed).

Ainda conforme a Polícia Militar, a policial que presenciou o crime deve ser ouvida durante a instrução criminal, que também vai investigar a motivação da briga. Ao fim da instrução, o autor do disparo poderá ser submetido a um processo de licenciamento e ser expulso dos quadros da corporação.

DP

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